terça-feira, 1 de março de 2011

Será que o Nintendo 3DS cumpre o que promete?

Já falamos bastante sobre o Nintendo 3DS nos últimos meses, e por um bom motivo: o Nintendo DS é atualmente o segundo console mais vendido em todo o mundo, apenas alguns milhões de unidades atrás do PlayStation 2, e queremos saber se seu sucessor está à altura. Além disso, estamos curiosos sobre a promessa de imagens 3D sem óculos. Será o 3DS bom o suficiente para sobreviver às investidas do Next Generation Portable (NGP) da Sony e dos portáteis da Apple com iOS (iPad, iPhone e iPod)?


Tivemos recentemente a chance de experimentar alguns dos títulos de lançamento do 3DS, incluindo Pilotwings, Steel Diver, Nintendogs + Cats e Super Street Fighter IV 3D. Também fomos guiados pela Nintendo por alguns dos recursos do console, como o Street Pass, os controles com movimento e a realidade aumentada. Continue lendo e conheça nossas impressões.


Patrick Miller, Editor: Eu não estava nem um pouco interessado no 3DS até que tive a oportunidade de brincar com ele. Francamente, se eu não fosse um dono devotado de um Nintendo DS eu teria ficado um pouco confuso com a quantidade de recursos: realidade aumentada, controles por movimento, Street Pass e mais. Entretanto, tendo visto desenvolvedores transformarem o incomum conjunto de recursos do DS em alguns dos jogos mais inovadores que já vi, posso dizer que estou oficialmente animado.

Consigo me imaginar carregando o console pra todo lado graças a recursos como o Street Pass, que permite que os jogos interajam com os consoles de outras pessoas nas proximidades (em Super Street Fighter IV 3D, por exemplo, seu personagem pode “lutar” com os personagens em outros consoles próximos mesmo quando o videogame está em standby) e o Game Coins, que permite ao jogador ganhar “moedas” (que podem ser trocadas por itens nos jogos) simplesmente passeando com o console por aí. Pense em um pedômetro mais sofisticado.

Além disso, creio que os recursos para jogos com realidade aumentada (como no jogo de demonstração Face Raiders, incluso com o console) são apenas a ponta do iceberg. Me dê um jogo da série Phoenix Wright no 3DS e estarei convencido a comprar o console.


Já quando o assunto é a tecnologia 3D, não fiquei tão impressionado. O efeito faz com que você pareça estar olhando para um diorama, e não é tão fantástico assim. É interessante, mas na minha opinião não vai revolucionar o mercado como muitos estão dizendo.

Alex Wavro, Editor Assistente: Depois de uma hora brincando com o aparelho posso dizer que ele funciona, e bem. O curioso é que o efeito 3D é o aspecto menos interessante do 3DS: ele prende a sua atenção por uma hora ou duas, mas a profundidade da imagem é limitada a cerca de três centímetros na maioria dos jogos.

Parte do apelo de filmes 3D como Avatar ou Tron: Legacy é a capacidade de ultrapassar a primeira “camada” do 3D e explorar as nuances do mundo à vontade, mas não senti isso quando joguei Pilotwings ou Steel Diver, e acho que isso acontece porque a tela é pequena e mais limitada ao simular profundidade.


PilotWings: sucesso do SNES está de volta em 3D

Os jogos e demonstrações de realidade aumentada são mais interessantes, embora o jogo incluso com o console seja apenas uma simples demonstração do que a tecnologia é capaz.

Nate Ralph, Editor: A melhor coisa em ver o 3DS em ação? A reação quase infantil de espanto no rosto de um colega enquanto conferíamos os aplicativos de realidade aumentada que a Nintendo estava exibindo. Vou ser honesto: não me vejo jogando Face Raiders ou similares depois que o período de “lua de mel” com o portátil passar. Mas há um senso de imersão latente na experiência, e não posso deixar de sonhar com as possibilidades.

Pense em algo como Pokémon Snap, do Nintendo 64, mas com seu próprio quintal no lugar da Safari Zone. Ou Paper Mario com a sua bagunçada mesa como cenário. Já a parte “3D” da experiência tem um certo charme, mas vai ser necessário um bocado de criatividade por parte dos desenvolvedores para me convencer a tirar o controle de profundidade da tela da posição “desligado”.

Jason Cross, Editor Sênior: Me surpreendi com o quão pouco me espantei com a tela 3D, mas mais ainda ao ouvir essa reação espelhada entre meus colegas. Sim, a tela 3D funciona, e bem, desde que você não mova a cabeça ou incline muito o console. Mas isso não agrega muito valor à experiência com os jogos. O melhor é jogar os simples jogos de realidade aumentada em 3D, que convincentemente torceram e distorceram a mesa na qual as cartas repousavam.

O verdadeiro truque do 3DS não é o 3D, são todos os outros recursos. O hardware é consideravelmente mais poderoso que o do DS, o que resulta em jogos mais bonitos e que rodam melhor. O “suspend mode” que permite ao jogador suspender um jogo e abrir um navegador ou bloco de notas rapidamente é muito conveniente. Também há um sistema de “friend codes” unificado e o Street Pass para trocar de dados automaticamente quando dois consoles ficam próximos. São todos estes recursos legais que me fazem realmente querer um 3DS.


Recursos como o Street Pass e um registro de atividades são muito interessantes

Controles com acelerômetro e giroscópio funcionam bem, mas não estou muito surpreso com sua utilidade, dado seu amplo uso nos jogos em celulares. As principais questões são o navegador e a eStore, nos quais não conseguimos dar uma olhada. O navegador nos modelos antigos do Nintendo DS era simplesmente horrível. E hoje em dia tenho preferido baixar jogos mais simples e mais baratos, então uma loja online robusta é uma necessidade cada vez maior.

Mas a impressão favorável que tive do 3DS me deixa mais animado quanto ao próximo portátil da Sony, por enquanto conhecido como NGP. Ele não tem uma tela 3D, mas tem a maioria dos outros recursos do 3DS além de algumas idéias exclusivas (como o touchpad traseiro, além da tela sensível ao toque). Pra mim, confirmar que o 3D não é um recurso tão importante quanto eu esperava que fosse, e que todos os outros novos recursos do sistema são melhores do que eu esperava, reforça minha opinião de que a Sony está no caminho certo com o NGP e sua extensa lista de recursos.

Fonte: PCWorld
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